A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares da Paraíba (Fetag-PB) realiza a partir desta quarta-feira (27), reunião com seu Conselho Deliberativo. A abertura acontecerá às 10h, na sede da entidade, localizada na Rua Rodrigues de Aquino, 722, Jaguaribe. O evento continua na quinta-feira (28), com a participação da classe política paraibana, entre eles o secretário da Agricultura Familiar, Luiz Couto, deputados estaduais, alguns prefeitos, vereadores e a bancada paraibana no Congresso.
O objetivo do encontro é discutir com cerca de 400 lideranças sindicais representantes de todas as regiões do Estado a Medida Provisória (MP) 871/2019, bem como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, que trata da Reforma da Previdência. Ambas, se aprovadas como estão, inviabilizarão por completo o acesso a Previdência por parte dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares.
Segundo o presidente da Fetag-PB, Liberalino Lucena, o primeiro dia do evento será para uma discussão interna entre as lideranças sobre as propostas para alteração e retirada de textos da MP 871/2019. “Estas propostas foram elaboradas pelo conjunto do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), em Brasília, como uma forma de garantir o direito a aposentadoria das pessoas do Campo”.
Liberalino disse ainda que quanto a Reforma da Previdência, não há muito o que se discutir. “Como vai se exigir que as mulheres trabalhadoras rurais, que tem jornada de trabalho permanente, em situações extremamente precárias esperem mais 5 anos para requererem seus benefícios? Elas, assim com os homens do Campo começam a trabalhar desde muito cedo, a maioria ainda criança, já ajudando seus pais na lida com a terra”.
Na quinta-feira (28), o debate será levado à classe política paraibana. “Os Sindicatos, a Fetag, vereadores, prefeitos e deputados estaduais precisam mobilizar seus deputados federais e senadores para que votem contra essas e outras medidas propostas nessa versão da Reforma da Previdência que, se aprovada, acabará com a aposentadoria Rural”, destacou.
O presidente questiona: “de que viverão os municípios e sua economia, sem o dinheiro desse benefício, já que a renda da Previdência, na grande maioria das cidades, supera o Fundo de Participação dos Municípios (FPM)? Como sobreviverão esses agricultores que durante toda sua vida produziram alimentos e são responsáveis por mais de 70% dos gêneros alimentícios que as famílias brasileiras consomem?”
“Será que voltaremos ao tempo em que o êxodo rural era a única saída? E as cidades, terão empregos para todos? As respostas para estas perguntas, todos nós já sabemos, porque já vivenciamos e ainda sofremos com as consequências de governos que nunca olharam para as mulheres e homens do Campo. Estamos conversando com toda a bancada paraibana, assim como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e as demais Federações do país, e lutaremos, sempre, por estes e outros direitos arduamente conquistados pela classe trabalhadora rural”, finalizou Liberarino.