CONTAG promove debate sobre paridade de gênero no Sistema Confederativo

 

Foto: César Ramos (CONTAG)

Pela primeira vez em cinco décadas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), proporcionou debate com a participação direta de mulheres e homens sobre a paridade de gênero no Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG). O debate aconteceu no Seminário Nacional: ‘Paridade: Princípio de igualdade e os desafios para sua implementação’, realizado nesta quarta-feira (16) e terça (15), em Brasília/DF.

Durante os dois dias de atividade, homens e mulheres de Federações filiadas à CONTAG, dialogaram sobre a participação das mulheres na vida política e representatividade delas para o fortalecimento da democracia; e a importância do trabalho das rurais na agricultura familiar.

A partir dos desafios expostos, mulheres e homens presentes no Seminário, apontaram vários caminhos para que o Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG) efetive a paridade em suas instâncias.

“É primeira vez que a CONTAG traz o tema da Paridade, envolvendo presidentes e presidentas e secretárias de Mulheres das Federações, onde tivemos a oportunidade de aprofundar sobre os avanços e desafios para implementar a paridade e a participação política efetiva das mulheres no Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e CONTAG). É preciso sair do discurso e passar para prática”, destaca a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais.

Foto: César Ramos (CONTAG)

“Fizemos um debate conjunto com boa representação de mulheres e homens na perspectiva de aprofundarmos e avançarmos na implementação da paridade nas instâncias do Sistema Confederativo, pois é preciso criar condições igualitárias para que tenhamos condições de estar nas Direções e fazer a luta em prol da Agricultura Familiar”, frisa o presidente da CONTAG, Aristides Santos.

Para dar mais subsídio aos participantes foram realizadas três importantes mesas temáticas: Participação das mulheres na vida política: significado, lutas, desafios e perspectivas; A Invisibilidade do trabalho produtivo feminino na agricultura familiar e os seus impactos na participação política das mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares no MSTTR: a luta por reconhecimento e representatividade e – Paridade pra quê? A importância da paridade para o fortalecimento da democracia interna do MSTTR e da organização sindical.

A primeira mesa, que teve como título “Participação das mulheres na vida política: significado, lutas, desafios e perspectivas”,  teve como convidadas, as deputadas federais Talíria Petrone e Erika Kokay e a prefeita de Apuiarés/CE Iris Lima, sob coordenação da secretária de Meio Ambiente da CONTAG Sandra Paula Bonetti.

“Temos que ocupar o poder como instrumento político, reafirmando que estamos prontas para fazer a luta”, Talíria Petrone – Deputada Federal.

“O medo diz para gente ir embora, mas é com ele que a gente vai para os espaços que tentam nos tirar”, Iris Lima – Prefeita de Apuiarés/CE.

“Temos que assumir a pauta da equidade. Não podemos nos calar e intimidar diante desses ataques. Nunca ousem duvidar da coragem das mulheres” , Erika Kokay – Deputada Federal.

Na mesa 02, “A invisibilidade do trabalho produtivo feminino na agricultura familiar e os seus impactos na participação política das mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares no MSTTR: a luta por reconhecimento e representatividade”, contribuíram, a agricultora familiar agroecológica e secretária de Mulheres Federação do Pernambuco/Fetape, Adriana Nascimento, a coordenadora do Polo Sindical da Borborema – Roselita e a agricultora familiar e participante do GT mulheres da ANA – Beth Cardoso, sob coordenação da secretária de Política Agrícola da CONTAG, Vânia Marques.

“Queremos reconhecimento, pois também respondemos pelos 70% dos alimentos que vão à mesa do povo brasileiro. Somos a maioria produzindo, embora ainda não reconhecidas e valorizadas”. Adriana Nascimento – Agricultora Familiar e secretária de Mulheres da Fetape.

“Além da participação da produção, na última eleição, o Polo da Borborema decidiu apoiar candidaturas de mulheres que defendem a Agroecologia”. Roselita – coordenadora do Polo Sindical da Borborema.

“É preciso resiliência e capacidade para manter o equilíbrio mesmo diante de uma situação tão difícil de retrocessos que afetam nossas vidas, pois só assim seguiremos produzindo alimentos diversos e saudáveis”. Beth Cardoso – Agricultora familiar e participante do GT mulheres da ANA.

Na mesa 3, o tema discutido foi “Paridade pra quê? A importância da paridade para o fortalecimento da democracia interna do MSTTR e da organização sindical”, trouxe como convidados, a secretária Geral CUT, Carmen Foro e o coordenador de Juventude da Regional Zona da Mata da Fetaemg, Willian Apoleano, com coordenação da secretária de Políticas Sociais da CONTAG, Edjane Rodrigues.

“É transformando cada indivíduo que a gente vai transformar o movimento sindical. Só com a paridade alcançaremos uma sociedade irmanada e do bem viver”, disse Willian Apoleano.

“É preciso que todos e todas do Sistema Confederativo compreendam e respeitem as resoluções Congressuais. E essa missão é responsabilidade das mulheres e dos companheiros também”, afirmou a secretária geral da CUT.

Durante o Seminário foi inaugurado no Centro de Estudo Sindical da CONTAG (Cesir), o Espaço Saúde.

 

FONTE: Comunicação CONTAG – Barack Fernandes

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