As Margaridas da Paraíba iniciaram o processo de mobilização e formação das agricultoras familiares para a 7ª Marcha das Margaridas, que vai acontecer em Brasília, nos dias 15 e 16 de agosto.
A primeira oficina de formação aconteceu no Centro de Treinamento da FETAG-PB, em Patos, nos dias 12 e 13, reunindo trabalhadoras rurais do Alto e Médio Sertão. O evento foi prestigiado pelo mandato da deputada estadual, Cida Ramos (PT) e pela PROPAC. Durante a oficina, as agricultoras paraibanas organizaram as suas propostas, de acordo com os eixos políticos da Marcha das Margaridas, que serão entregues ao presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva (PT), no período da Marcha.
Entre as pautas discutidas estavam o impacto dos parques eólicos na vida da mulher e do homem do campo. O tema faz parte dos eixos políticos das Margaridas e foi debatido pelos advogados Geane Lucena, assessora jurídica da FETAG-PB, e Claudionor Vital, assessor do CENTRAC.
“As energias renováveis são importantes como alternativa às mudanças climáticas, mas o modelo é capitalista, centralizado, e explora as famílias camponesas, e por isso, é preciso estabelecer um modelo mais justo e descentralizado”, afirmou Claudionor Vital.
“As agricultoras familiares precisam se apropriar deste tema para poder entender o que está em jogo com a implantação desses parques eólicos na Paraíba. As experiências de outros estados, como o Rio Grande do Norte, mostra o prejuízo que eles têm causado à vida da mulher e do homem do campo, e esse tema tem tudo a ver com a Marcha das Margaridas e fará parte das nossas próximas oficinas de formação”, ressaltou Geane Lucena.
O engenheiro florestal, Anchieta de Assis, apresentou alternativas sustentáveis para a utilização das energias solar e eólica, sem destruir o meio ambiente e sem prejudicar a trabalhadora e o trabalhador rural. Ele apresentou experiências que estão acontecendo em cidades paraibanas, como Matureia, onde o Comitê de Energia Renovável do Semiárido implantou cooperativas que utilizam destas energias em prol do agricultor familiar.
Para a secretária de mulheres da FETAG-PB, Ivanete Leandro, esse é um espaço transformador para as mulheres e é preciso a união e participação de todas na construção da Marcha das Margaridas na Paraíba. “Margarida Maria Alves é paraibana, uma mulher que lutou contra a opressão às mulheres, e por isso, é importante que nós estejamos unidas e participando dessas oficinas de formação. Vamos levar nossas propostas para Brasília, marchando para reconstruir o Brasil, pelo bem viver de todas, com uma esperança real de que nossas propostas serão atendidas”, disse.
A próxima oficina de formação para a Marcha das Margaridas será realizada na cidade de Guarabira, no dia 26 de abril.
Mabel Dias – assessoria de comunicação da FETAG-PB