FETAG-PB participa de Seminário Nordeste sobre uso de recursos hídricos, produção sustentável e energias renováveis

Foto: Assessoria Contag

 

Fortalecer o uso de tecnologias para produção sustentável na agricultura familiar, reduzir o uso de agrotóxicos, debater o uso da água como garantia de direito humano e pensar estratégias que fomentem a geração de energias renováveis. Estes são os principais objetivos do Seminário Regional sobre Recursos Hídricos, Energias Renováveis e Modelos de Produção Sustentáveis para a Agricultura Familiar – Região Nordeste, que está sendo realizado por videoconferência pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG), nesta quarta (24) e quinta-feira (25), em parceria com o SENAR.

“Agradeço e me alegro com a presença de dirigentes sindicais, agricultores e agricultoras familiares das Federações nordestinas: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; e dos diretores(as) e funcionários do Sistema CONTAG, e demais convidados(as) presentes. Aproveito para destacar que a pauta deste Seminário tem haver com a humanidade e a sobrevivência do planeta da terra. É preciso que a gente intensifique ações pela preservação ambiental, não aceitando a destruição provocada pela monocultura. Precisamos incluir cada vez mais a pauta ambiental na agenda do MSTTR, pois só assim incidiremos nos governos uma agenda permanente de políticas e programas que levem em consideração a preservação dos biomas, do clima e dos recursos hídricos”, destaca a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros.

A FETAG-PB esteve presente no evento, que contou com a participação do seu presidente, Liberalino Ferreira, diretores e assessores da Federação. Para o presidente da FETAG-PB, uma das principais discussões que a Federação paraibana pautou no evento foi a transposição das águas do São Francisco, que não foi efetivada pelo atual governo federal. “A transposição das águas do rio São Francisco ainda não é uma realidade na Paraíba e tínhamos a esperança que essa obra salvaria o Nordeste, mas na prática não vemos isso. Para nós da FETAG-PB, essa é uma das nossas principais bandeiras de atuação junto a CONTAG”, ressaltou Liberalino. Ele informou ainda que o canal Acauã/Araçagi foi idealizado com o objetivo de levar água para cidades próximas a Campina Grande, “porém, isso não aconteceu e os moradores das 36 cidades paraibanas, incluindo, trabalhadores rurais estão prejudicados, inviabilizando as pequenas irrigações.” Este debate ficou sob a responsabilidade da professora do departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rebeca Lunna Lucena. Ela apresentou os avanços e desafios do acesso à água para o consumo e a produção de alimentos na região.

A doutoranda da UFRN, Moema Hofstaetter, apresentou os desafios da implementação das energias renováveis no Brasil, em especial no nordeste. “Estas energias podem ser uma estratégia de sustentabilidade ambiental, e por isso, precisamos analisar a sua viabilidade para a agricultura familiar. Porém, temos encontrado alguns problemas trazidos pelas empresas de energia eólica que têm se instalado aqui no nordeste, com uma lógica de exploração capitalista, que tem promovido a retirada de matérias primas de maneira insustentável, o aprofundamento das desigualdades sociais, das pessoas que moram nos locais onde estas usinas são instaladas e os danos ambientais que têm sido causados nestas localidades”, alertou.

Na quinta-feira (25), às 9h, o seminário foi aberto com a palestra do engenheiro agrônomo do Instituto Brasil Orgânico, Rogério Dias. Ele apresentou os modelos de produção de alimentos de forma sustentável e discutiu o combate ao agrotóxico para preservação da vida e dos biomas.  “As pessoas precisam mudar o seu modo de consumo para preservarmos o meio ambiente, caso contrário, vamos comer apenas alimentos processados, ter apenas a monocultura, e se isso continuar, será o fim da humanidade. Essa reflexão que faço aqui não deve ser apenas feita por quem mora na área rural, quem mora na zona urbana também precisa estar atento a este debate, pois todos dependem do meio ambiente. Infelizmente, estamos vendo o forte retorno da fome no Brasil. Isso é muito preocupante”, frisou.

Foram dois dias de intensos debates, finalizados no período da manhã da quinta-feira (25) com a proposição e discussão dos encaminhamentos realizados durante a plenária. Entre eles, propor aos governos federal, estadual e municipal a inclusão da questão ambiental e da agroecologia nos currículos escolares; criar um grupo de trabalho no Movimento sindical dos trabalhadores rurais para condução e discussão da pauta ambiental, com foco na agroecologia e organizar o financiamento agroecológico, assistência técnica, investimento em ciência para obtenção de novas tecnologias que favoreçam a agricultura familiar.

Da Assessoria de Comunicação da FETAG-PB, com informações da Comunicação da CONTAG

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