Marcha das Margaridas 2023: Secretaria de Mulheres da FETAG-PB reúne Margaridas da Borborema em Oficina de Formação em Campina Grande

 

foto: Mabel Dias

A Secretaria de Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares da Paraíba (FETAG-PB) realizou nesta quarta-feira (10) a quarta Oficina de Formação para a 7° Marcha das Margaridas 2023, na cidade de Campina Grande.

A atividade aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores Rurais daquele município e reuniu os demais sindicatos de agricultores e agricultoras familiares da região da Borborema, com a presença da chefe de gabinete da deputada estadual, Cida Ramos, Patrícia Oliveira; Gilmara Lins, do MST; Cida, do CEOP; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Campina Grande, Francisca Gonçalves; representantes da Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia; Rejane Alves, da ASA e Thaynara Policarpo, do CENTRAC.

“Estamos aqui reunidas hoje para organizar nossa ida para Brasília e também as nossas pautas, que serão levadas até o presidente Lula no mês de junho, e durante a Marcha das Margaridas já esperamos as respostas do governo federal às nossas solicitações. Por isso, seguiremos em marcha e unidas pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver de todas e todos”, afirmou a secretária de mulheres da FETAG-PB, Ivanete Leandro.

A oficina contou com a participação do presidente da Federação, Liberalino Ferreira, que reverenciou a memória da líder camponesa Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 na cidade de Alagoa Grande, e tornou-se a referência para a realização da Marcha das Margaridas, reconhecida como a maior e mais efetiva ação das mulheres do Brasil e em toda a América Latina.

“A Marcha das Margaridas diz respeito a toda a luta do movimento sindical. É importante a organização da nossa categoria e a participação dos sindicatos nas oficinas, organizadas pela secretaria de mulheres da FETAG-PB, para que possamos mobilizar mulheres e homens a participarem da marcha no mês de agosto, em Brasília”, ressaltou Liberalino.

Coube a segunda secretária de Mulheres da FETAG-PB, Marleide Fernandes, apresentar os 14 eixos políticos, que orientam a elaboração das propostas das Margaridas, que devem ser levadas para a Marcha nos dias 15 e 16 de agosto. Um deles é a Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética, e onde está inserido a discussão sobre a instalação dos parques eólicos na Paraíba, e que vem causando prejuízos aos trabalhadores rurais e destruição do meio ambiente.

Foto: Thaynara Policarpo

O tema dos parques eólicos foi discutido pelo advogado Claudionor Vital, e pela coordenadora da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Vanúbia Martins. Segundo Claudionor, os principais prejuízos causados pelas usinas eólicas tem sido a perda da autonomia do uso da terra pelos agricultores, a perda do direito como segurado especial no INSS, a expropriação dos territórios pelas empresas e a expropriação dos bens naturais dos territórios.

foto: Mabel Dias

Vanúbia Martins elencou as experiências positivas que têm sido implementadas na Paraíba, a partir das ações do Comitê de Energia Renovável do Semiárido, que instalou cooperativas e tem utilizado as energias renováveis em benefício da agricultora e do agricultor familiar.

foto: Mabel Dias

“Precisamos pensar quais os caminhos para fazermos esta transição energética sem agredir o meio ambiente nem violar os direitos dos trabalhadores. Temos que ter autonomia sobre nossos territórios e não entregá-los para empresas estrangeiras. Essa é uma luta que precisamos encampar”, enfatizou Vanúbia.

A presidente do Sindicato de Nova Palmeira, Ednalva Santos, mora na comunidade quilombola Serra do Abreu e falou sobre a instalação dos parques na região. Ela disse que os fios que ligam os aerogeradores estão atravessando a comunidade e há a possibilidade de instalação de um deles na terra onde mora a sua mãe. “Isso nos causa preocupação porque as empresas chegam sem pedir licença, e estamos em nosso território, onde temos história e moramos com tranquilidade. Precisamos saber como barrar isso porque é muito sério o que está acontecendo.”

Mabel Dias – Assessoria de Comunicação da FETAG-PB

 

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