Pesquisa Brasil Rural revela que a água está no centro de conflitos agrários

 

Foto: Leo Drummond/ASA Brasil

O artigo “Água, questão agrária e conflitos no campo” discute a análise de informações sobre conflitos agrários coletados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) que apontam que o acesso ou a escassez de água é o ponto central que pode explicar as violências atuais no campo.

O artigo é de autoria de Osvaldo Aly Junior, Gabriel da Silva Teixeira e Tomás José Alves dos Santos Ramos e foi lançado nesta segunda (29) no canal do youtube da FES Brasil.

Contaminações por agrotóxicos, falta de qualidade da água que se acessa em períodos de seca, disputa pela água para irrigação são alguns exemplos de conflitos sobre os quais o documento se debruça. Os autores defendem a tese de que as disputas em torno do acesso à água como direito básico é o maior motivo da violência nas áreas rurais do país.

As comunidades mais atingidas pela escassez hídrica ou pelas violências decorrentes das disputas em torno da água são as compostas por populações tradicionais ou originárias, cujas terras não foram demarcadas, reconhecidas ou tituladas.

Assim, os autores defendem a necessidade de respeito e reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras populações tradicionais que, segundo eles, tem o acesso à água sistematicamente negado ou diminuído.

Para eles, é preciso mudar o paradigma do que se entende por desenvolvimento no país que, de acordo com a divulgação do documento, “não pode estar baseado na superexploração da natureza e no desprezo pela vida humana”. Ao contrário, apontam Aly, Teixeira e Ramos: “É preciso incentivar um modelo que valoriza o conhecimento acumulado destas populações tradicionais e sua relação com o meio ambiente”.

Fonte: Brasil de Fato

 

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