Agricultoras Familiares da Paraíba participam do segundo módulo de formação para a Marcha das Margaridas 2023

 

Foto: César Ramos

A Secretaria de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) realizou na cidade de Brasília, de 4 a 8 de julho, o II Módulo do Curso Nacional de Formação Política para Mulheres Dirigentes Sindicais.

Os conteúdos, ênfases e metodologias estarão vinculados à construção da 7ª Marcha das Margaridas 2023, fazendo com que o 4º Curso Nacional fortaleça, qualifique e mobilize as mulheres nesse processo.

As presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Massaranduba e de Queimadas, na Paraíba, Maria Leônia Soares e Maria Anunciada, respectivamente, participaram do curso.

O II Módulo focou no tema “Mulheres, Modos de Vida no Campo e a Luta por Desenvolvimento Sustentável com Justiça Social”, com exposições, debates e trabalhos em grupo sobre os modelos de desenvolvimento em disputa e seus impactos para a vida das mulheres do campo, da floresta e das águas, sobre mudanças climáticas, segurança alimentar e biodiversidade, agroecologia, plataforma política da Marcha das Margaridas, Eleições 2022, entre outros.

Também foram realizadas Oficinas Temáticas sobre Gênero, corpo e sexualidade; Saúde como promoção do bem viver e como direito; e Cultura, memória e ancestralidade.

“Estamos construindo desde o primeiro módulo as propostas da Marcha das Margaridas 2023 e também elaboramos uma carta compromisso para os pré candidatos e pré candidatas das eleições deste ano, onde propomos políticas públicas e dialogamos com elas e com eles sobre estas propostas.  Estamos agora recolhendo assinaturas para que os pré candidatos e candidatas assumam compromissos com a nossa categoria”, afirmou Maria Anunciada.

Um dos primeiros pré-candidatos a assinar a carta das Margaridas foi o deputado federal pelo PT, Frei Anastácio.

Entre as propostas presentes na carta compromisso estão revisão na reforma trabalhista, promoção dos direitos das assalariadas rurais, prioridade à economia solidária com base agroecológica, fortalecimento das políticas sociais e do segurado social e garantia da soberania alimentar e nutricional, dentre outros pontos.

O Curso Nacional foi planejado para ser realizado em três módulos presenciais na capital federal e que irão multiplicar os aprendizados nas atividades intermódulos através de encontros territoriais e virtuais pela plataforma Moodle. Portanto, neste II Módulo, foi dedicado um tempo para resgatar as discussões acumuladas nas atividades intermódulos, avaliar o percurso feito até agora e apontar os próximos passos.

Maria da Conceição da Silva Perolino, do estado do Ceará, foi outra trabalhadora rural que participou deste Curso. A companheira destacou que a cada módulo é uma descoberta importante para todas. “O segundo módulo, da mesma forma como foi o primeiro, buscou trabalhar o nosso autoconhecimento. É visível para a gente os desmontes que vêm acontecendo no País; como também é visível como muitas mulheres precisam de mais espaços para expor os seus pensamentos, os seus sonhos e os seus anseios. É perceptível que a cada módulo é uma descoberta e um incentivo a mais para continuarmos na luta. Agora, o nosso foco maior e a grande descoberta é o quão grandes somos dentro da política partidária, mas que precisa ser cada vez mais despertado entre nós mulheres. E estamos furando esse bloqueio para acessar esses espaços que sempre nos foi negado”, destacou Maria da Conceição.

A Secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, reforça a importância deste Curso na vida e na ação sindical e organizativa das mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares. “Já no primeiro módulo conseguíamos perceber como as mulheres passaram a ter outra visão sobre feminismo, sociedade e democracia, por exemplo. E não foi diferente agora no segundo módulo. As companheiras tiveram a oportunidade de adquirir mais conhecimento e de dialogar sobre a construção de um projeto de sociedade feminista, antirracista, popular e agroecológico, sobre as relações de gênero/raça na agricultura familiar e a divisão sexual no trabalho, entre outros temas fundamentais nas nossas vidas. Isso nos deixa revigoradas e ainda animadas nesse processo de construção da Marcha das Margaridas 2023”, destacou Mazé Morais.

Mabel Dias – Assessoria de Comunicação da FETAG-PB, com informações da Assessoria de Comunicação da CONTAG – Verônica Tozzi

 

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