FETAG-PB e órgãos governamentais realizam primeira reunião de trabalho para regularização fundiária das famílias assentadas da Fazenda Dois Rios, em Caaporã

 

Foto: Mabel Dias

A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares da Paraíba (FETAG-PB) participou nesta quarta-feira (15) de uma visita técnica às famílias assentadas da Fazenda Dois Rios, localizada às margens da PB 044, no município de Caaporã. A Federação faz parte da comissão, que foi formada após reunião com o governador, João Azevedo, no mês de agosto, e conta também com a participação de órgãos governamentais, para resolver a situação das mais de sessenta famílias que ocupam as terras desapropriadas da Usina Maravilha há mais de sete anos.

O objetivo da visita foi conhecer de perto a situação dos trabalhadores rurais e apresentar as ações que serão executadas nos próximos meses pelas secretarias de governo que compõem a comissão. A visita contou com a participação dos secretários Rômulo Polari, da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP), Bivar Duda, da Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, Tibério Limeira, da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Nivaldo Magalhães, da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER). Também estiveram presentes à reunião, o prefeito municipal, Kiko Monteiro e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caaporã, Gilvan de França.

Foto: Mabel Dias

“Consideramos muito positiva esta primeira reunião com os assentados da Fazenda Dois Rios e a presença de secretários de estado para dialogar diretamente com os trabalhadores rurais e explicar o que será feito aqui para regularizar a situação de cada um. A Fetag continuará acompanhando este caso e esperamos que o mais breve possível a situação deles seja resolvida em definitivo”, afirmou o presidente da FETAG-PB, Liberalino Ferreira.

Nesse primeiro momento, os assessores da FETAG e as equipes das secretarias de estado conversaram com os trabalhadores e as trabalhadoras rurais e conheceram de perto como está organizado o assentamento, quais plantações são feitas no local e quantos hectares são ocupados atualmente por cada família, desde a desapropriação da Usina, em 2013. “Essa foi a primeira reunião efetiva de trabalho desta comissão, constituída logo após a reunião com o governador, realizada há 15 dias e que teve a participação da Fetag. Estamos aqui hoje para dar início aos nossos trabalhos, como cadastro destas famílias, medição dos lotes das terras, e a partir disso, planejar ações que tragam melhorias para os assentados em suas plantações, profissionalizando esse arranjo produtivo. Serão várias etapas a serem realizadas, até a concessão definitiva da posse de suas terras, e além disso, teremos nesta mesma área, a construção de um parque industrial pelo governo do estado, que vai trazer geração de emprego e renda para os moradores da região”, informou o presidente da CINEP, Rômulo Polari.

Foto: Pedro Alves

O secretário da Agricultura Familiar, Bivar Duda, explicou que é determinação do governador João Azevedo a não retirada das famílias do local e que será oferecida assistência técnica e de extensão para os assentados, por meio da secretaria em que ele é titular e também da EMPAER, com o objetivo de melhorar as plantações que já existem no assentamento. “Os secretários estão aqui com suas equipes para dar início a nossa agenda de trabalhos, e apresentar aos assentados, o trabalho que cada um de nós vai fazer aqui. Em diálogo com eles e a Fetag, vamos proceder a regularização dos lotes de suas terras, discutindo qual a melhor maneira possível para que isso seja feito, analisando os caminhos administrativos e jurídicos mais viáveis, concedendo a posse definitiva das terras aos trabalhadores rurais”, afirmou o secretário.

Entre os assentados da Fazenda Dois Rios, que está esperando obter o direito da posse de sua terra, está o agricultor, Severino Ramos, de 70 anos. Ele é um dos trabalhadores da Usina Maravilha, que ocupou as terras com sua família após o seu fechamento, e hoje, cultiva plantações de banana, abacate e macaxeira no local, e também de plantas medicinais, como aroeira. Após tantos anos esperando a titulação de suas terras, seu Severino vê a possibilidade que seu sonho seja concretizado. “Nós ocupamos este lugar e estamos cuidando dele, plantando, cuidando da mata, preservando a natureza e os animais que dependem dela para viver. Depois de tantos anos de luta, é justo que tenhamos a posse de nossas terras e possamos continuar aqui, que já é nossa morada”, declarou com alegria o trabalhador rural.

Foto: Mabel Dias

Os trabalhadores rurais assentados estão organizados em uma Associação, a APRORIOS – Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Dois Rios, e cultivam uma área de 314 hectares com diversas culturas, às margens da PB 044, território da Zona da Mata Sul da Paraíba, integrado por treze municípios, situados na Mesorregião da Mata Paraibana do Nordeste brasileiro. Essa região traz consigo uma história de organização e lutas dos movimentos sociais e do sindicalismo rural, motivados por direitos civis, com o processo de Reforma Agrária, promovendo a justiça social com o desenvolvimento humano que viabiliza a inclusão de categorias exploradas e invisíveis para as políticas públicas, a exemplo da Agricultura Familiar e da Reforma Agrária.

Plantação de macaxeira, cultivo de plantas medicinais e visão geral das terras cuidadas pelos assentados da Fazenda Dois Rios. Fotos: Mabel Dias

Assessoria de Comunicação da FETAG-PB – Mabel Dias

 

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