Secretaria de Mulheres da FETAG-PB promove encontro com trabalhadoras rurais nesta quinta-feira

A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Paraíba (FETAG-PB), através da Secretaria de Mulheres, promove nesta quinta-feira (18), às 14h, o Encontro Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais Agricultoras Familiares. A atividade é em alusão ao 8 de março, data em que se celebra o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Com o tema “Pela Vida de Todas as Mulheres, Resistiremos!”, vão participar do encontro, que será realizado de maneira virtual, trabalhadoras rurais das quatro regionais do estado.

O encontro vai debater as conquistas e a efetivação da participação das mulheres no meio sindical, formação social e assessoria técnica para as trabalhadoras rurais e a violência e o feminicídio em tempos de pandemia. Este é um dos temas onde se registram poucas pesquisas que tragam dados relativos aos casos de violência doméstica e familiar no campo. Desta forma, o enfrentamento a este tipo de violência na zona rural fica difícil de ser realizado, pois não há registros nem serviços que deem assistência às mulheres que venham a sofrer violência doméstica e familiar nestas localidades. Conforme informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020, houve um aumento de 22% nos registros de casos de feminicídio no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Ainda segundo o Anuário, no Brasil, uma mulher é agredida fisicamente a cada dois minutos, tendo sido registradas 266.310 ocorrências de lesão corporal em decorrência de violência doméstica e 1.326 registros de feminicídio, em 2019. Esses dados, porém, não revelam a realidade das mulheres do campo.

Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG), no meio rural, houve o aumento da violência doméstica contra as mulheres, entretanto, também há um grande silenciamento dessa questão. “Isoladas por grandes distâncias entre os seus locais de residência, sem equipamentos de proteção muitas vítimas sofrem caladas. Ou seja, a violência contra a mulher, no campo ou nas florestas, tem a suas especificidades e precisam ser discutidas.”, revela a pesquisa. Ainda segundo a Confederação, na pandemia da COVID-19, um fato que contribuiu para o aumento da violência contra as mulheres agricultoras familiares foi o aumento da sua vulnerabilidade econômica. Com espaços restritos para comercializar os seus produtos, devido às medidas de distanciamento social no controle da pandemia, como as feiras, e com o sucateamento ou extinção dos programas que apoiavam mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares e geravam autonomia econômica (como o Programa de Aquisição de Alimentos –PAA), elas passaram a viver uma situação de maior vulnerabilidade econômica e isso quase sempre contribui para a vulnerabilidade dos seus corpos, deixando-as mais expostas à violência física. “O isolamento geográfico, a distância, a falta de acesso aos meios de comunicação e informações, a precariedade de infraestrutura e de serviços públicos, a falta de equipamento público de combate à violência, tudo isso, contribui para a invisibilidade da violência contra as mulheres trabalhadoras rurais agricultoras familiares.”, aponta a pesquisa da Secretaria de Mulheres da CONTAG.

 

Para debater esta temática da violência e do feminicídio e traçar meios de ação para a zona rural, a Secretaria de Mulheres da FETAG-PB convidou as delegadas Maísa Felix e Renata Matias, e a secretária de estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura. A secretária Nacional de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (CONTAG), Mazé Morais, também participará do encontro, que também contará com a participação da representante da Marcha das Mulheres pela Vida e pela Agroecologia, Maria Anunciada Flor Barbosa de Morais; da presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Tacima, Raimunda Soares Gomes e da assistente social e moradora de assentamento em Bananeiras, Josefa Elza Oliveira da Silva.

Assessoria de Comunicação da FETAG-PB

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