FETAG-PB promove debate sobre violência contra lideranças políticas na Paraíba e no Brasil

 

Evento acontece no dia em que completam 38 anos do assassinato da líder sindical rural paraibana, Margarida Maria Alves.

A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares da Paraíba (FETAG-PB), por meio da Secretaria de Mulheres, promove no dia 12 de agosto, às 8h30, a roda de conversa “A violência contra lideranças políticas na Paraíba e no Brasil – os assassinatos de Margarida Maria Alves e Marielle Franco.” Em virtude da pandemia da Covid-19, a roda de conversa será realizada virtualmente, por meio de plataforma digital.

A abertura da roda de conversa será realizada pelo presidente da FETAG-PB, Liberalino Ferreira, e contará com as participações das secretárias da Mulher da FETAG-PB e da CONTAG, Ivanete Leandro e Mazé Morais, respectivamente.

O objetivo é debater a impunidade dos crimes que envolvem lideranças políticas no Brasil, a exemplo da líder sindical rural, Margarida Maria Alves, e da vereadora pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Em 2021, faz 38 anos do assassinato de Margarida, data que se transformou em resistência e luta para as trabalhadoras rurais, que há 21 anos promovem a “Marcha das Margaridas”, na cidade de Brasília.

Por conta da pandemia da Covid-19, a Marcha das Margaridas não irá acontecer este ano. A CONTAG também vai realizar a roda de conversa “Margarida Alves, presente – Mulheres e juventude na luta pela reforma agrária e contra a violência no campo”, às 15h, por meio de plataforma virtual.

O evento da FETAG-PB terá como debatedores o presidente da Fundação Margarida Maria Alves, Alexandre Guedes; o coordenador do Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, Ronildo Monteiro; a coordenadora-executiva do Serviço de Educação Popular (SEDUP) e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras, Rosângela Silva e a Presidente da Comissão de Instalação do Memorial da Democracia da Paraíba, Lúcia Guerra.

Sementes de resistência – Margarida Maria Alves foi uma líder sindical rural, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na cidade de Alagoa Grande, no brejo paraibano. No sindicato, ela organizou os trabalhadores e lutou na justiça para que os proprietários da Usina Tanques cumprissem os direitos trabalhistas e previdenciários dos empregados. Com Margarida a frente do sindicato, foram realizadas mais de 600 ações trabalhistas e diversas denúncias eram feitas.

Por lutar por direitos, Margarida recebia ameaças de morte, e no dia 12 de agosto de 1983, ela foi surpreendida na porta de sua casa por um homem, que a mando dos usineiros do Grupo da Várzea, ceifou a sua vida. Margarida tornou-se símbolo mundial de resistência, organização e luta das mulheres trabalhadoras rurais, que há 21 anos realizam, em Brasília, a Marcha das Margaridas, em sua memória, e garantindo a conquista dos direitos para os trabalhadores rurais. Os assassinos de Margarida nunca foram condenados. Apenas Zito Buarque foi preso. Ele era genro do usineiro Aguinaldo Veloso Borges, latifundiário e proprietário da Usina Tanques. Zito Buarque ficou preso por apenas 3 meses, sendo absolvido em 2001, em João Pessoa.

Marielle Franco, assim como Margarida, era uma mulher negra, que buscava um mundo justo e igualitário. Filha de mãe paraibana e pai carioca, Marielle morava no Complexo da Maré, fez cursinho pré-vestibular na comunidade, graduou-se em Sociologia e fez mestrado em Administração Pública. Foi eleita vereadora do Rio de Janeiro, pelo PSOL, traçando sua atuação em prol das mulheres, LGBTs e da população negra. Sua militância pelos direitos humanos começou quando ela estava no pré-vestibular comunitário e perdeu uma amiga, vítima de bala perdida, após um tiroteio entre policiais e traficantes, na Maré, comunidade onde ela morava.

Após sair de um evento na Casa das Pretas, no Rio de Janeiro, no dia 14 de março de 2018, o carro onde Marielle estava, com seu motorista, Anderson Gomes, e uma de suas assessoras, foi metralhado. Marielle e Anderson são assassinados. Ao todo, 13 tiros atingiram o veículo. Os assassinos foram presos, dois policiais reformados, mas o mandante do crime continua solto e as investigações prosseguem para saber quem mandou matar Marielle Franco.

Assessoria de Comunicação da FETAG-PB

 

 

 

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